Teste identificou 1,49 decigramas de por litro de sangue, o equivalente a duas latas de cerveja. Cergio da Costa não teve mal súbito. Além do consumo de bebida alcoólica o delegado concluiu que o acidente foi resultado de "exaustão física e pressão psicológica".— O responsável foi o condutor - garante o delegado.
Apesar de ter álcool no sangue, ninguém testemunhou o motorista ingerindo a bebida. Antes de conduzir o ônibus de 1988, Cergio dirigia outro veículo que quebrou durante a viagem entre União da Vitória a Guaratuba, no Paraná. Ele não queria continuar o trajeto, mas os passageiros insistiram.
O veículo estava irregular, não tinha autorização para que a viagem fosse feita e transportava duas pessoas além da capacidade normal - dos 59 passageiros, seis eram crianças.
— Se o ônibus tivesse cintos de segurança, muitas vidas teriam sido poupadas —, diz o delegado.
De acordo com o que a perícia apurou e registrou em 62 laudos, o ônibus desceu a penúltima curva da Serra três vezes mais rápido do que o permitido para o local. Na queda, ainda ganhou mais 30km/h de velocidade, aterrissando a 120 km/h. Foi um voo sem freio.
Não havia marcas de pneu no asfalto. Apesar de antigo, o ônibus não tinha problemas mecânicos, além de um superaquecimento dos freios. O motorista, de acordo com o delegado deveria ter usado o freio motor e a marcha engrenada.
Se estivesse vivo, o motorista seria responsável por 50 mortes e indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Pela morte do motorista, a penalidade foi extinta e o delegado está pedindo o arquivamento do inquérito.
Os três volumes devem ser encaminhados ainda nesta quinta ao Fórum. O Ministério Público deve se manifestar e é o juiz que definirá se o inquérito será arquivado ou não. A expectativa é de que isso ocorra nos próximos 30 dias.
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