A Organização das Nações Unidas (ONU) acusou o Vaticano de manter um "sistema de ocultação" de crimes sexuais contra crianças, de não colaborar com a Justiça, de promover a impunidade e pede que a Santa Fé revele qual a dimensão dos casos envolvendo padres pelo mundo.
Nesta quinta-feira (16), o papa Francisco enfrentou seu primeiro grande teste internacional ao ser examinado pelas Nações Unidas em Genebra durante seis horas sobre o que tem feito para proteger crianças contra abusos sexuais. Programada há meses, a sabatina foi a primeira em mais de uma década.
A delegação do Vaticano adotou um tom de transparência e reconhecimento de que precisa mudar a forma de atuar. A Santa Sé admitiu que os crimes foram cometidos pelo clero e que "nada os justifica". O Vaticano também garantiu que não toleraria que casos fossem encobertos para proteger os religiosos.
Enquanto a reunião ocorria em Genebra, em Roma o papa Francisco usava sua homilia para admitir a culpa da Igreja. O argentino, porém, não usou a palavra "pedofilia". "Tantos escândalos que eu não quero mencionar isoladamente, mas que todos sabemos quais... Escândalos, nos quais alguns tiveram que pagar caro: E está bem! Se deve fazer assim... A vergonha da Igreja! ", disse, em referência à indenização que a Igreja pagou nos EUA. "Mas nos envergonhamos desses escândalos, dessas derrotas de padres, bispos, laicos?".
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