Memória do desastre é o termo empregado pelo diretor de Prevenção e Preparação da Defesa Civil do Estado, major Fabiano de Souza. Ele diz que o sentimento de perda está muito presente na memória da população de Rio do Sul e por isto todas não titubearam aos primeiros sinais de que a situação poderia complicar. A cidade se antecipou ao problema como nenhuma havia considerado.
Desde a sexta-feira pela manhã o trabalho de retirada de móveis começou. No final da tarde as primeiras famílias já estavam em abrigos. As medidas são tomadas de maneira fácil porque as pessoas conhecem o significado do termo cota. Ele indica a elevação do Rio Itajaí-Açu e os habitantes sabem a partir de qual nível suas casas serão atingidas.
O sistema funciona tão bem que à medida que a água vai subindo os pedidos de vagas em abrigos e de remoção dos móveis e eletrodomésticos chegavam para a Defesa Civil e a prefeitura.
O major Fabiano ressalta que outro reflexo da memória do desastre ocorre na busca por informação. Além de procurar saber os últimos detalhes e a tendência, a imagem das casas com água até o teto faz os alertas serem levados muito a sério.
O efeito de tanto zelo é refletido no grande fluxo de caminhões nos dias que antecederam a inundação. Ainda era madrugada de sexta para sábado, mas lojistas e famílias trabalhavam embaixo da chuva carregando os veículos. Móveis, eletrodomésticos e roupas foram levados para abrigos ou casa de parentes em pontos altos de Rio do Sul.

O pedido foi atendido na hora e os parentes citam um fato bastante repetido pelos habitantes da cidade de que o FGTS já foi usado para reconstruir a vida nas cheias de 2011 e que será difícil se recuperar de um novo revés.
— Aprendemos que a conta da prevenção é muito menor do que a de ignorar os alertas e hoje sabemos que é melhor limpar a casa do que jogar tudo que tem fora — resume Renê
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