quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Acidentes mataram seis pessoas por dia no Paraná em 2013

- Seis pessoas morreram por dia no trânsito paranaense no ano passado. Foram 2.036 vítimas nas vias urbanas e rodovias estaduais e federais. Houve uma redução em relação a 2012, quando ocorreram 2.555 mortes. Os dados foram levantados pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp).

Segundo o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Wilson Martinez, a maior parte das mortes no trânsito é evitável, uma vez que 95% dos acidentes fatais ocorrem por falha humana. "Boa parte dos motoristas não respeita a legislação e dirige irresponsavelmente.

 Em vários casos percebemos que quem estava no volante foi o responsável direto nas ocorrências que envolvem óbitos", revelou.

Há alguns anos, ressalta Martinez, 75% dos acidentes fatais ocorriam por falha mecânica ou defeito nas vias, e 25% por falha humana. O problema, segundo ele, é que ainda existe uma "grande sensação de impunidade para o crime de trânsito", mesmo com a Lei Seca mais rigorosa.

 "Tínhamos a expectativa de que os motoristas seriam mais conscientes. Entretanto, o número de flagrantes de direção sob efeito de álcool cresceu três vezes. Isso não significa que as pessoas estejam bebendo e cometendo mais infrações, mas que a fiscalização cresceu e o comportamento de quem está no volante não (melhorou)", acrescentou.

Conforme o relatório, a redução do número de mortes no trânsito ocorreu em 18 das 23 Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisps) e na maioria dos municípios. As maiores reduções foram foram nas regiões de São Mateus do Sul (5ª Aisp), União da Vitória (6ª Aisp), Laranjeiras do Sul (8ª Aisp) e Rolândia (19ª Aisp).

Por outro lado, cinco Aisps tiveram aumento nos casos: 15ª (Umuarama), 16ª (Paranavaí), 17ª (Maringá), 7ª (Guarapuava) e 18ª (Apucarana). A 4ª Aisp, que abrange Ponta Grossa e mais 18 cidades, foi a mais violenta de todo o Paraná. Em 2013, a região teve 221 mortes decorrentes de acidentes, 30 a mais do que a 1ª Aisp, em Curitiba, que somou 191 mortes.

As cidades com a maior quantidade de vítimas no trânsito foram Curitiba (191), Ponta Grossa (95), Londrina (87), Cascavel (80) e Maringá (75). Em relação ao ano anterior houve apenas uma alteração. Arapongas, que em 2012 tinha registrado 78 mortes, no ano passado somou 27, uma queda de 65%. Já Maringá, que não estava entre os municípios com maior número de vítimas, entrou no ranking.

Especialista
Para Celso Alves Mariano, especialista em trânsito e diretor do Portal do Trânsito, é necessário avaliar se a metodologia utilizada no levantamento é eficiente. "Sou receoso e um pouco cético em relação a dados porque no Brasil é uma questão mal resolvida.

 Não existe uma metodologia aplicada nacionalmente. E se você não tem um modelo de avaliação que seja acessível a todos os Estados, não há como se pensar em adoção de medidas de educação no trânsito, por exemplo", apontou.

Mariano ainda defende que a educação tem alto poder de mudar a realidade no trânsito. "A maioria dos motoristas fica indignada porque cobra rigor da regra para o outro, mas não para si mesmo. Isso é cultural e só vai mudar aos poucos, com um trabalho educativo eficiente", completou.

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