segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Três em cada quatro bairros estaõ em baixo d´agua em Rio do Sul

A cidade de Rio do Sul (SC)   tem três em cada quatro bairros embaixo d'água e nenhum registro de vítima fatal, até as 22h. Consequência de uma cidade que tem cicatrizes não fechadas da enchente de setembro de 2011, quando em frente as casas se acumulavam montanhas de móveis e eletrodomésticos que aguardavam o caminhão do entulho levar tudo.

Memória do desastre é o termo empregado pelo diretor de Prevenção e Preparação da Defesa Civil do Estado, major Fabiano de Souza. Ele diz que o sentimento de perda está muito presente na memória da população de Rio do Sul e por isto todas não titubearam aos primeiros sinais de que a situação poderia complicar. A cidade se antecipou ao problema como nenhuma havia considerado.

Desde a sexta-feira pela manhã o trabalho de retirada de móveis começou. No final da tarde as primeiras famílias já estavam em abrigos. As medidas são tomadas de maneira fácil porque as pessoas conhecem o significado do termo cota. Ele indica a elevação do Rio Itajaí-Açu e os habitantes sabem a partir de qual nível suas casas serão atingidas.

 O sistema funciona tão bem que à medida que a água vai subindo os pedidos de vagas em abrigos e de remoção dos móveis e eletrodomésticos chegavam para a Defesa Civil e a prefeitura.

O major Fabiano ressalta que outro reflexo da memória do desastre ocorre na busca por informação. Além de procurar saber os últimos detalhes e a tendência, a imagem das casas com água até o teto faz os alertas serem levados muito a sério.

O efeito de tanto zelo é refletido no grande fluxo de caminhões nos dias que antecederam a inundação. Ainda era madrugada de sexta para sábado, mas lojistas e famílias trabalhavam embaixo da chuva carregando os veículos. Móveis, eletrodomésticos e roupas foram levados para abrigos ou casa de parentes em pontos altos de Rio do Sul.

O aposentado Renê Schoennerr, 58 anos, é uma dos moradores de Rio do Sul que não deixou para a última hora a mobilização. Ele conta que ficou alerta à situação desde terça-feira da semana passada, quadro surgiram as primeiras informações. Para não arriscar, mobilizou a família no sábado e deu tempo para tirar até a ração do cachorro.

 O pedido foi atendido na hora e os parentes citam um fato bastante repetido pelos habitantes da cidade de que o FGTS já foi usado para reconstruir a vida nas cheias de 2011 e que será difícil se recuperar de um novo revés.

— Aprendemos que a conta da prevenção é muito menor do que a de ignorar os alertas e hoje sabemos que é melhor limpar a casa do que jogar tudo que tem fora — resume Renê

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